Fadiga crônica atinge metade das mulheres com endometriose

Fadiga crônica atinge metade das mulheres com endometriose

Estudo mostrou que a prevalência da fadiga crônica em mulheres com endometriose é de 50.7%, enquanto que em mulheres sem o diagnóstico a prevalência é de 22.4%

Um estudo publicado em junho, no jornal científico Human Reproduction, revelou que a prevalência da fadiga crônica é praticamente duas vezes maior em pacientes com endometriose em comparação com a população feminina em geral. Fadiga é o termo médico usado para definir o cansaço.

A síndrome da fadiga crônica é caracterizada por um cansaço extremo e incapacitante, além de incluir outros sintomas, como dores musculoesqueléticas, insônia, dificuldade concentração e cefaleia, presentes por pelo menos seis meses ou mais. Afeta cerca de 3% da população em geral e as mulheres apresentam um risco maior de desenvolver a condição quando comparadas aos homens.

Como o estudo foi realizado
O estudo foi multicêntrico e avaliou 1.112 mulheres, sendo 560 diagnosticadas com endometriose e 560 sem o diagnóstico. Além da pesquisa mostrar que cerca de metade das mulheres com endometriose apresenta a fadiga crônica, apontou que a condição está associada à depressão, insônia e estresse, independente da idade, do tempo até chegar ao diagnóstico e do estágio da doença.

A conclusão dos pesquisadores é que uma vez que a fadiga crônica é duas vezes mais frequente em mulheres com endometriose, os médicos devem abordar o tema durante o acompanhamento clínico, pois o manejo da doença é mais direcionado para o controle da dor e para o tratamento da infertilidade, muitas vezes deixando de priorizar esses outros aspectos que também interferem na qualidade de vida das pacientes.

Dor como fator de risco
Segundo o ginecologista e obstetra, Dr. Edvaldo Cavalcante, a dor crônica é um fator de risco importante para o desenvolvimento das comorbidades associadas à endometriose, como a depressão, fadiga crônica, estresse e ansiedade e distúrbios do sono.

“Este estudo internacional mostrou que dor e depressão têm bastante influência no desenvolvimento da síndrome da fadiga crônica. Além disso, os pesquisadores descobriram que o estilo de enfrentamento da endometriose pode fazer diferença entre desenvolver ou não a síndrome”, comenta o ginecologista. As mulheres com endometriose que adotavam estratégias como praticar atividade física e ter um estado mental mais positivo, eram menos afetadas pela fadiga.

Fadiga, inflamação e estresse
Porém, a fadiga não é somente física. “A endometriose é uma doença inflamatória crônica, ou seja, as lesões da doença ativam as citocinas inflamatórias. O organismo procura combater essa inflamação e isso pode levar a um estado crônico de cansaço”, explica Dr. Edvaldo.

Outra condição que leva o organismo à exaustão é o estresse crônico. O estresse é uma resposta normal do corpo quando passamos por uma situação desafiadora. Porém, o esperado é que voltar ao estado normal depois de um tempo, que pode variar de pessoa para pessoa.

“Entretanto, há pessoas que vivem constantemente estressadas. Quando isso acontece, o corpo libera mais cortisol, aumenta a frequência cardíaca e respiratória, eleva a pressão arterial, piora a ansiedade e os níveis de concentração de glicose no sangue. Lidar com a dor, com a infertilidade e com todos os aspectos da endometriose pode levar a esse estado constante de estresse, aumentando o risco de desenvolver a síndrome da fadiga crônica”, explica Dr. Edvaldo.

Dicas para prevenir a fadiga crônica

  • Praticar atividade física: O estudo apontou que as mulheres com endometriose que praticavam atividade física tinham menos risco de apresentar a fadiga crônica.
  • Cuidar da alimentação: Há estudos que apontam que certos alimentos podem piorar a inflamação crônica, portanto é ideal procurar um nutricionista que ajude a elaborar um cardápio próprio para quem tem endometriose.
  • Gerenciar o estresse: Cuidar da saúde mental é muito importante. É preciso encontrar meios de lidar com o estresse. Praticar meditação, fazer psicoterapia, ter mais atividades de lazer, praticar o autocuidado, ouvir música, dançar, sair com os amigos, viajar ou ainda participar de grupos de mulheres com a endometriose são estratégias que podem ajudar a controlar o estresse.
  • Dormir bem: O sono é crucial para a recuperação do organismo. Os distúrbios do sono devem ser tratados.
  • Resiliência: Outros estudos já mostraram que encarar a endometriose de uma maneira mais positiva pode proteger a mulher de desenvolver as comorbidades. Procurar uma psicóloga, um grupo de ajuda e cultivar a espiritualidade podem ser ferramentas para alcançar esse objetivo.

6 thoughts on “Fadiga crônica atinge metade das mulheres com endometriose

    1. Olá Andreia, boa tarde
      A endometriose é uma doença ginecológica, que afeta mulheres em idade fértil. Pode ter início ainda na adolescência, como também surgir na vida adulta. A endometriose é caracterizada por implantes do tecido endometrial em outras partes do corpo, como ovários, trompas, bexiga, intestino, etc. Algumas mulheres não sentem nada, outras podem ter cólicas menstruais muito intensas, problemas intestinais, problemas urinários e infertilidade.
      Veja o nosso blog. Lá temos diversos artigos sobre endometriose.
      Obrigada
      Equipe Dr. Edvaldo Cavalcante

  1. Olá doutor pois bem eu fiz a laqueadura fez 10 anos quero muito ter outro filho na época o médico me diz q fez o nó Aki onde eu moro difícil acha esse tratamento por onde devo começar quero muito já tenho 33 anoa

    1. Olá Leonaria, boa tarde
      A reversão da laqueadura é um procedimento complexo, que precisa ser realizado com médicos experientes. Mesmo assim, nem todas as laqueaduras podem ser revertidas.
      O Dr. Edvaldo Cavalcante é especialista na chamada recanalização tubária, popularmente chamada de reversão da laqueadura. Mas, antes de qualquer coisa, ele precisa ver você em uma consulta, irá solicitar exames e lhe dará um parecer se é possível ou não realizar a cirurgia.
      Nenhum convênio cobre este tipo de cirurgia, pois não se trata de uma doença ou outro diagnóstico. Portanto, você só encontrará médicos particulares para fazer o procedimento.
      Ficamos à disposição para mais informações sobre horários e valores da consulta por telefone.
      Obrigada
      Equipe Dr. Edvaldo Cavalcante

  2. Boa noite Dr. Tenho 49 anos, a 8 anos atrás tive que tirar o endométrio por conta de menstruações prolongadas, perdia muito sangue levando a anemia. Ano passado passei a sentir muitas cólicas do lado direito e essas dores radiavam para as costas, na altura lombar, fiz exames de ressonância, ultrassom transvaginal com preparo, o resultado deu adenomiose, ovários com vários cistos, ultero com miomas e endometriose profunda com focos no reto cervical. A minha pergunta e: Com a minha idade, já na menopausa, ( fazendo reposição hormonal a anos) devo retirar tudo?

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